ORIENTAÇÕES IMPORTANTES

O tratamento fundamental é a exclusão total dos alimentos e seus derivados que contenham glúten, isto é: TRIGO, CENTEIO, CEVADA e AVEIA*. Em alguns casos os celíacos também são intolerantes à LACTOSE, sendo necessário um exame clínico adequado para determinar este diagnóstico. De qualquer forma, é necessário que os seguintes cuidados sejam tomados:
  • Somente compre produtos alimentícios produzidos em padarias ou supermercados que tenham local separado para produção de alimentos sem glúten, por causa da contaminação ou traços de glúten.
  • Separe uma esponja ou bucha para lavar os utensílios de preparação sem glúten. Sempre lave bem toda a louça para não haver contaminação.
  • Não reutilize o óleo de frituras de alimentos com glúten, pois ele já está contaminado. Da mesma forma, procure se informar nos restaurantes se o óleo utilizado é novo.
  • Não coloque no forno ao mesmo tempo alimentos com e sem glúten.
  • Utilize vidros ou vasilhames dosadores para acondicionar geleia, mel, requeijão, maionese, manteiga ou margarina, ou qualquer outro produto de uso comum , evitando assim a contaminação ou traços de glúten.
  • Luvas cirúrgicas e preservativos podem conter farinha de trigo na embalagem, entre em contato com o fabricante.
  • Alguns medicamentos podem conter farinha de trigo na composição, procure entrar em contato com o fabricante.
  • Aos católicos é sugerida a comunhão na espécie do vinho, já que a hóstia contém glúten.
  • Não comer alimentos ou recheios que sejam preparados com glúten e seus derivados.
  • Tenha sempre muito cuidado ao consumir produtos industrializados pois eles podem ter sofrido contaminação por glúten no processo de fabricação, já que podem fabricar produtos com glúten e sem glúten no mesmo maquinário ou no mesmo ambiente. Alguns fabricantes desconhecem sobre alimentos sem glúten e adicionam ao rótulo informações erradas, então leia sempre o rótulo a procura da inscrição ”contém“ ou ”não contém glúten”, bem como a lista dos ingredientes. Na dúvida, não compre ou ligue para o SAC( Serviço de Atendimento ao Consumidor). a indústria pode modificar a composição do produto, portanto, leia todo o rótulo, antes de adquirir, mesmo sendo um produto que você tenha costume de comprar.
 
*Aveia: a proteína da aveia não faz mal para a maioria dos celíacos, mas mundialmente esse cereal sofre contaminação por glúten em toda sua cadeia produtiva. Por isso, ela entra na lista de cereais proibidos. Hoje, existem algumas marcas certificadas de aveia sem glúten, que podem ser consumidas com segurança pelos celíacos. Segundo estudos, 8% dos celíacos tem reação à aveia, mesmo a sem glúten. Consulte seu médico se você pode consumir aveia certificada.
 

ALERTA PARA DIETA SEM GLÚTEN

Por: Dra Noadia Lobão – Nutricionista Funcional

Pessoas com doença celíaca ou sensibilidade ao glúten não devem ingerir o glúten encontrado no trigo, centeio, aveia e cevada. Para essas pessoas, seguir uma dieta livre de glúten é necessário e benéfico do ponto de vista nutricional e médico.

Comer quantidades ínfimas de glúten pode desencadear nos celíacos danos no revestimento do intestino delgado. A Grande maioria dos celíacos permanece sem diagnóstico porque os sintomas podem variar ou parecer com os de outras doenças.

Os sintomas geralmente incluem inchaço, gases, diarréia, constipação, aftas e enxaqueca, assim como a osteoporose precoce. Pessoas com doença celíaca também sofrem de fadiga crônica, dores ósseas e articulares, aumento de peso, problemas neurológicos, altas taxas de erupções na pele, problemas de fígado, diabetes, infertilidade em homens e mulheres, abortos de repetição e cânceres, incluindo o linfoma.

Segundo a revista Archives of Internal Medicine Clinical Gastroenterology and Hepatology, os casos de doença celíaca aumentaram em 400% nos últimos 50 anos. Existem indícios mostrando que a sensibilidade ao glúten pode afetar até 10% da população.

Raquel Benati (vice presidente da ACELBRA-RJ) vem alertando sobre a necessidade de se incluir o exame antitransglutaminase IgA no rol de exames iniciais que são pedidos aos pacientes, dentro do atendimento de nutrição, pois tem aumentado o número de diagnósticos de doença celíaca entre obesos.

Tatiana Sudbrack da Gama e Silva e Tania Weber Furlanetto fizeram, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, um Trabalho de revisão sobre o diagnóstico de doença celíaca em adultos. Nesse artigo as pesquisadoras afirmam que uma das causas de exames falso-negativos é a restrição de glúten na dieta, por isso, a investigação diagnóstica deve ser realizada na vigência de dieta com glúten. O rastreamento de Doença Celíaca em indivíduos assintomáticos não está indicado. O artigo foi publicado na Revista da Associação Médica Brasileira em 2010.

Raquel compartilha da tese acadêmica e afirma que: “Fazer os exames sorológicos e a endoscopia com biopsia depois de iniciada a dieta sem glúten é muito mais difícil – podem dar falso-negativo ou inconclusivos por muito tempo. Existem pessoas que precisam voltar a ingerir grandes quantidades de glúten por 10 a 12 meses para que os exames sorológicos positivem, o que ocasiona grau elevado de atrofia das vilosidades do intestino delgado.”

O alerta é para que os nutricionistas que prescrevem uma dieta isenta de glúten peçam previamente o exame acima citado, já que é muito importante que qualquer pessoa saiba, ANTES de iniciar a dieta sem glúten, se tem doença celíaca.

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