Desordens Relacionadas a Ingestão de Glúten

Doença Celíaca

Desordem sistêmica autoimune, desencadeada pela ingestão de glúten (proteína presente no trigo, cevada, centeio) em pessoas geneticamente predispostas

Doença autoimune, genética, que danifica o intestino delgado e interfere na absorção de nutrientes dos alimentos. Estima-se que afete 1 em cada 100 pessoas no mundo todo. Quando os celíacos comem glúten uma proteína encontrada no trigo, cevada, centeio e aveia*, o corpo dispara uma resposta imunológica que ataca o intestino delgado e todo o organismo pode ser afetado. Estes ataques levam a danos nas vilosidades (minúsculas projeções semelhantes a dedos) que revestem o intestino delgado e são responsáveis pela absorção de nutrientes. Quando as
vilosidades ficam danificadas, os nutrientes podem não ser absorvidos adequadamente. 

Existem mais de 300 sintomas ligados à DOENÇA CELÍACA e variam de pessoa para pessoa. Ela pode aparecer em qualquer idade. Também pode se manifestar como DERMATITE HERPETIFORME, que é a doença celíaca na pele. 

Se não é diagnosticada e tratada, a DOENÇA CELÍACA pode levar a outras complicações como doenças da tireoide, anemia, osteoporose, infertilidade e abortos, fibromialgia, psoríase, artrite reumatoide, doenças neurológicas como epilepsia e enxaquecas, baixa estatura e câncer intestinal. 

A DOENÇA CELÍACA é hereditária e todos os familiares de primeiro grau de um celíaco devem investigar se também desenvolveram a doença. O único tratamento para a DOENÇA CELÍACA é uma dieta 100% sem glúten, ao longo da vida. A ingestão de pequenas quantidades de glúten ou mesmo traços de glúten, pode desencadear danos ao intestino delgado. Ainda não existem medicamentos ou cirurgias que possam curar esta doença autoimune.

Sensibilidade ao Glúten não Celíaca 

É uma condição com sintomas semelhantes aos da doença celíaca e que melhoram quando o glúten é eliminado da dieta. Indivíduos sensíveis ao glúten têm testes negativos nos exames de sangue de autoanticorpos e não apresentam atrofia de vilosidades na biópsia intestinal. Estima-se que a SENSIBILIDADE AO GLÚTEN NÃO CELÍACA pode afetar 6% da população mundial. O único tratamento também é a dieta livre de glúten. 

Pessoas com SENSIBILIDADE AO GLÚTEN NÃO CELÍACA podem experimentar sintomas como “confusão mental”, depressão, déficit de atenção e/ou hiperatividade (TDAH), dor abdominal, distensão abdominal, diarreia, constipação, dores de cabeça, dores ósseas ou articulares e fadiga crônica. Outros sintomas também são possíveis. Uma vez que atualmente não há nenhum teste para detecção da Sensibilidade ao Glúten, a única maneira de ser diagnosticada é a pessoa se submeter aos exames de doença celíaca e alergia ao trigo. 

Um diagnóstico de Sensibilidade ao Glúten é suspeitado quando estas pessoas têm resultados negativos nos exames de doença celíaca ou alergia ao trigo, e os seus sintomas diminuem após iniciar uma dieta livre de glúten. O diagnóstico é confirmado por um retorno dos sintomas quando o glúten é reintroduzido na dieta. Não há cura para a SENSIBILIDADE AO GLÚTEN NÃO CELÍACA e o único tratamento é seguir uma dieta livre de glúten. 

 

Quais são os sintomas da Doença Celíaca?

  • Diarreia ou prisão de ventre crônica
  • Distensão abdominal
  • Aftas
  • Vômitos
  • Dor abdominal
  • Dermatite Herpetiforme
  • Depressão
  • Desnutrição com déficit de crescimento
  • Anemia
  • Fadiga crônica
  • Emagrecimento e falta de apetite
  • Baixa estatura
  • Irritabilidade
  • Osteoporose
  • Mancha nos dentes
  • Esterilidade
  • Abortos de repetição
  • Doenças neurológicas
 

O que é o Glúten?

É uma proteína presente no Trigo, Aveia*, Centeio e Cevada. Os alimentos derivados destes cereais também possuem o glúten como o Malte (derivado da cevada).Estes cereais são amplamente utilizados na composição de alimentos, alguns medicamentos, bebidas industrializadas como cervejas, também em cosméticos e outros produtos não ingeríveis podem afetar o celíaco. O que prejudica ao intestino do paciente celíaco são “as partes do glúten”, que recebem nomes diferentes para cada cereal. Vejamos: No Trigo é a Gliadina, na Cevada é a Hordeína, na Aveia é a Avenina e no Centeio é a Secalina. O glúten não desaparece quando os alimentos são assados ou cozidos, e por isto uma dieta deve ser seguida à risca e sem contaminação cruzada.

 

*Aveia: a proteína da aveia não faz mal para a maioria dos celíacos, mas mundialmente esse cereal sofre contaminação por glúten em toda sua cadeia produtiva. Por isso, ela entra na lista de cereais proibidos. Hoje, existem algumas marcas certificadas de aveia sem glúten, que podem ser consumidas com segurança pelos celíacos. Segundo estudos, 8% dos celíacos tem reação à aveia, mesmo a sem glúten. Consulte seu médico se você pode consumir aveia certificada.

Quais as formas da Doença Celíaca?

Doença Celíaca Clássica:

Os sintomas principais são letargia, aparência pálida, diarreia, gases excessivos, dores abdominais, sinais de má nutrição, febre, estômago inchado, fezes com muco, sangue e malcheirosas e anemia crônica. Mesmo sendo muito bem conhecidos os sinais e sintomas o diagnóstico preciso leva em torno de 11 anos nos Estados Unidos e no Canadá (que são referências mundiais). Isto ocorre por uma crença equivocada de que a Doença Celíaca é muito rara.

 Doença Celíaca Atípica:

Aparece só um sintoma ou sintomas que não parecem estar ligados a ela, como problemas pulmonares, artrite reumatoide, dores de cabeça, depressão, anemia crônica, anormalidades hormonais, miastenia gravis, artrite reumatoide, asma, ataxia, autismo, azia, câncer, colite ulcerativa, desorientação mental, problemas de memória, baixa estatura, deficiências vitaminas e minerais, TDHA, ansiedade, agressividade, esquizofrenia, impulsividade, inquietação, impaciência, irritabilidade, refluxo, síndrome do intestino irritável, aftas, doenças da tireoide, doenças hepáticas, doença renal, urticária crônica, rinite crônica, lúpus eritematoso, dor nos ossos (“dor do crescimento”), osteopenia, dermatite herpetiforme, psoríase, fadiga crônica, micose fungoide, vitiligo.

Dermatite Herpetiforme (Doença de Duhring):

 É uma doença de pele crônica provocada pela sensibilidade ao glúten. São lesões em forma de erupções ou semelhante a várias espinhas pequenas e aparece principalmente atrás dos joelhos, nádegas, cotovelos e rosto.

 

 

 

Doença Celíaca Silenciosa ou Assintomática:

Danos intestinais ocorrem há anos mas não apresentam sintomas. Normalmente, somente quando há o agravamento da doença é que aparecem os sintomas graves como um câncer, enfermidades crônicas, doenças neurológicas.

 Doença Celíaca Latente:

O exame de sangue é positivo, mas a biópsia é negativa. Não há lesão intestinal inicialmente, depois de alguns anos a doença se mostra. Comum em parentes de primeiro grau de celíacos e diabéticos. A biópsia inicial é negativa só ficando positiva de 6 meses a 3 anos mais tarde.

 Sensibilidade não Celíaca ao Glúten:
 
Este é o mais difícil o diagnóstico de todas as doenças geradas pelo consumo do glúten, porque o indivíduo tem lesão no intestino com vazamento das proteínas e toxinas alimentares no sangue, mas não apresentam lesões nas vilosidades intestinais. Há o aumento das células imunológicas intestinais. O indivíduo é portador da sensibilidade não celíaca ao glúten, mas acaba não sendo tratado.
 
 
 

NÃO RETIRE O GLÚTEN DA SUA ALIMENTAÇÃO SEM O DIAGNÓSTICO DE DOENÇA CELÍACA!